Constipação Intestinal

Mãe olha para filha em seu colo em um parque: a constipação atinge crianças e adultos
A constipação intestinal ocorre mais frequentemente na faixa etária acima dos 40 anos e a prevalência é três vezes maior na mulher do que no homem

Constipação é um sintoma muito comum na população em geral

O que é constipação intestinal?                

Constipação intestinal é um sintoma muito comum na população em geral, e é caracterizado por evacuações infrequentes (menos de três vezes na semana), fezes endurecidas, esforço para evacuar e sensação de evacuação incompleta, mas nem sempre todas essas características estão presentes.

Existem vários fatores para o desenvolvimento de constipação como idade, sexo feminino, baixo nível socioeconômico, baixo consumo de fibras na dieta e estilo de vida dos países industrializados.

A modificação dos hábitos alimentares gerada pela tecnologia tem introduzido o consumo de alimentos refinados desprovidos de fibras vegetais, contidas em maior quantidade nas cascas das frutas e legumes.

A constipação intestinal ocorre mais frequentemente na faixa etária acima dos 40 anos e a prevalência é três vezes maior na mulher do que no homem. Pacientes idosos são particularmente propensos a desenvolver constipação pela diminuição do tônus da musculatura, presença de doenças crônicas, debilidade e uso de medicações.                              

Perfis de pessoas estão mais propensas a terem constipação:

  • As mulheres;
  • As grávidas;
  • Os idosos;
  • Pessoas que usam medicamentos que interferem nos movimentos dos intestinos, como por exemplo alguns remédios para dor ou alguns suplementos alimentares contendo cálcio ou ferro;
  • Pessoas que sofrem de doenças neurológicas;
  • Pessoas com doenças sistêmicas de longa data, como hipotireoidismo, diabetes, insuficiência renal crônica.

Quais os sinais de alerta?

No geral, a constipação funcional não causa problemas graves de saúde, porém existem alguns sinais de alerta que valem a ida ao médico para uma investigação inicial:

  • Se houver sangramento junto com as fezes;
  • Se houver parentes de primeiro grau com história de câncer de intestino;
  • Se houver anemia associada ao quadro;
  • Se houver perda de peso sem motivo aparente.

E o tratamento?

O tratamento da constipação consiste em mudanças de alguns hábitos de vida.

A alimentação correta é um dos pilares no tratamento das pessoas constipadas, já que a ingesta de fibras é essencial para que haja movimentos intestinais adequados.  As fibras são encontradas em alimentos como: verduras (cruas ou cozidas), legumes, frutas (especialmente as que comemos com casca, como pêras e maçãs) e cereais integrais.

As pessoas que já fazem uma dieta equilibrada, e já consomem a quantidade de fibras adequada (20-30g por dia) não têm benefício em aumentar essa quantidade, pois acima desta quantidade as fibras costumam causar efeitos colaterais indesejáveis (dor e desconforto abdominal e excesso de gases).

Além das fibras, é importante aumentar o consumo de água. Para pessoas constipadas é recomendado que ingiram cerca de 2 a 2,5 L de água por dia.

A prática de atividade física regular é essencial para o bom funcionamento do intestino. É recomendado que pessoas constipadas realizem de 30 a 40 minutos de atividade física moderada pelo menos 3 vezes na semana.

É importante também que esses pacientes não inibam o reflexo evacuatório. Por exemplo, se tiver vontade de evacuar, deverá ir até o banheiro e ficar o tempo que precisar (mesmo que estiver fora de casa ou em locais públicos). A inibição do reflexo evacuatório pode piorar o quadro de constipação e o desconforto da pessoa.

Quando as pessoas com constipação necessitarem de algum tipo de laxativo, a dosagem e a frequência do uso devem ser avaliados caso a caso, de acordo com os sintomas e os hábitos de vida de cada indivíduo.  

Os laxativos podem ser divididos em:

  • Osmóticos: auxiliam a formação das fezes atraindo água para o intestino e aumentando o bolo fecal.
  • Lubrificantes: como o nome já diz, agem lubrificando as fezes e facilitando a evacuação.
  • Estimulantes ou irritativos: podem ser usados por via oral ou via retal, e alteram o fluxo de água e minerais no intestino, causando aumento nos movimentos do intestino.
  • Por último, temos os medicamentos que estimulam o aumento das secreções do intestino e por consequência os movimentos intestinais.

Além do tratamento medicamentoso, alguns casos podem se beneficiar de terapias alternativas, como acupuntura.

O que acontece se não cuidar do problema?

As consequências de não tratar a constipação são as mais variadas. Além dos desconfortáveis sintomas da doença, pode haver o ressecamento e endurecimento progressivo das fezes, podendo ocorrer impactação. Nesses casos as fezes ficam parecendo pedras e o tratamento deve ser feito em um hospital, com lavagens intestinais e algumas vezes necessitando de pequenas cirurgias.

Em resumo, o quadro de constipação intestinal geralmente é de curso benigno, porém tem grande impacto na qualidade de vida das pessoas. Mudanças simples na alimentação como o aumento no consumo de fibras, hábitos de exercícios físicos regulares e o aumento na ingesta de água devem ser seguidos por todas as pessoas. Quando não houver melhora nos sintomas, é o momento de procurar um médico para outras orientações.

Lembre-se: É sempre importante consultar seu médico para uma melhor orientação sobre diagnóstico e tratamento mais adequado para seu caso.


Referências bibliográficas:

  1. Consultora médica Dra. Maira Andrade NacimbemMarzinotto – CRM-SP 124.994

Material destinado ao público em geral.

Janeiro/2021

BRZ2174320