Sintomas da menopausa: mulheres individuais, experiências individuais, mas você não está sozinha

Casal de meia idade conversando em uma scooter sobre quais são os sintomas da menopausa
Compartilhe seus sentimentos sobre os sintomas da menopausa

Sintomas comuns, com intensidades diferentes

A menopausa está ligada a fortes mudanças hormonais no corpo das mulheres, frequentemente levando a sintomas. Os sintomas podem começar antes da menopausa, no período da perimenopausa, e podem durar muitos anos após a menopausa5, no período pós-menopausa.

De acordo com diversos estudos, até 9 entre 10 mulheres apresentam sintomas, e cerca de 50% delas relatam sintomas incômodos1,8. A natureza dos sintomas pode variar significativamente de um grupo racial para outro, de uma cultura para outra, e de uma mulher para outra.

Quais são os sintomas físicos da menopausa*

Entre os sintomas mais comuns de menopausa encontram-se1:

A lista acima não é completa. Outros sintomas comuns incluem dificuldades de concentração, perda de memória, dor articular, ou diversos sintomas ao mesmo tempo1,6. Durante a menopausa, as mulheres também podem apresentar hipertensão e aumento do colesterol7. No caso de sintomas repetidos, é necessário contatar um profissional de saúde, receber um diagnóstico, e estabelecer um plano de ação.

A gravidade dos sintomas, ou a percepção deles também pode variar em mulheres dependendo de sua idade, trabalho e dieta. De forma interessante, o quadro é muito diferente nas culturas asiáticas (como o Japão), onde as mulheres apresentam menos fogachos do que as mulheres ocidentais, mas sofrem de mais cefaleia e sensação de frio, enquanto na Nigéria – dor articular2. Os pesquisadores especulam que o menor número de fogachos em mulheres japonesas pode resultar, em parte, do alto consumo de soja, uma fonte rica em fitoestrogênios, na dieta tradicional japonesa2.

De fato, fogachos surgem durante a menopausa quando os níveis de estrogênio diminuem e afetam os mecanismos de controle de temperatura do corpo da mulher: É como se um termostato tivesse uma amplitude menor de mudanças de temperatura que pode tolerar, de forma que nossos corpos tentam “esfriar” tendo um fogacho em resposta a pequenas mudanças em nosso corpo e nos arredores que anteriormente teriam passado despercebidas3. Assim, obter níveis maiores de estrogênio através da alimentação pode ajudar a compensar pela perda de estrogênio devido à menopausa.

Cada mulher irá apresentar sintomas físicos, sua duração e intensidade a sua própria maneira. A ciência sugere que diferenças no estilo de vida, número de filhos, dieta, atividade física e etnia podem influenciar a forma pela qual a síndrome da menopausa afeta a vida de uma mulher2,8. Cada uma tem sua própria história individual, mas todas merecem cuidado à medida que passam por essa fase.

Distúrbios cognitivos

Fora distúrbios puramente físicos, as mulheres também podem sofrer de distúrbios cognitivos. Quando os níveis de estrogênio diminuem durante a menopausa, a atividade cerebral pode ser afetada. Isso resulta em perda de memória, menor capacidade de concentração, sentir-se perdida em situações familiares, e muitos outros sintomas6.

Além disso, os sintomas físicos podem afetar as habilidades cognitivas. Por exemplo, a privação prolongada do sono e a sudorese noturna comumente apresentadas durante a menopausa podem levar à fadiga prolongada, que pode afetar o bem-estar e capacidades de desempenho. Isso pode resultar em um círculo vicioso de ansiedade, que mantém a falta de sono3. A imprevisibilidade dos fogachos e a incapacidade de controlá-los pode afetar a autoconfiança, podendo levar a um aumento da ansiedade.

Uma mulher que sofre desses sintomas não deve mantê-los em segredo, mas sim conversar sobre eles e consultar um médico. Existem soluções médicas e de estilo de vida. Contate um profissional de saúde, que irá ajudar você a estabelecer um plano de ação. Não deixe os sintomas da menopausa sobrecarregarem você e impactarem sua vida de forma negativa.

*Observe que existem fortes diferenças nos sintomas de menopausa entre as regiões.

Porcentagem de mulheres que sofre de sintomas específicos de menopausa por região8:

  • Distúrbios de sono:
    • África (84%)
    • Europa (73%)
    • América do Sul (56%)
    • Ásia (49%)
    • América do Norte (45%)
    • Austrália (23%)
  • Disfunção sexual:
    • Austrália (87%)
    • América do Sul (78%)
    • Europa (68%)
    • Ásia (57%)
    • África (49%)
    • América do Norte (33%)
  • Distúrbios depressivos:
    • África (81%)
    • América do Sul (73%)
    • Ásia (66%); Europa (59%)
    • América do Norte (34%)
    • Austrália (25%);
  • Fogacho:
    • África (77%)
    • Ásia (58%)
    • América do Sul (53%)
    • América do Norte (46%)
    • Europa (37%)
    • Austrália (33%)
  • Mialgia / artralgia:
    • África (84%)
    • América do Sul (75%)
    • América do Norte (75%)
    • Ásia (50%)
    • Europa (31%)
    • Austrália (25%)

Referência:

  1. Constantine G. et al. Behaviors and attitudes influencing treatment decisions for menopausal symptoms in five European countries. Post Reprod Health., 2016; 22(3):112-122.
  2. Avis N-E., Crawford S., Cultural Differences in Symptoms and Attitudes toward Menopause, Menopause Management, https://www.menopausemgmt.com, Publicado em 21 de setembro de 2007, Acesso em Junho/2021
  3. Hunter M, Smith M. Cognitive Behavior Therapy (CBT) for menopausal symptoms. Information for women, Post Reprod Health. 2017; 23(2):77-82.
  4. Institute for Quality and Efficiency in Health Care (IQWiG); Wellbeing during menopause, Publicado em 2 de julho de 2020, Acesso em Junho/2021, https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK279310/
  5. NHS UK. Menopause – Symptoms. https://www.nhs.uk/conditions/menopause/symptoms/. Publicado em 2020. Acesso em Junho/2021
  6. Henderson V. Cognitive changes after menopause: influence of estrogen. Clin Obstet Gynecol. 2008;51(3):618-626.
  7. Harvard Women’s Health Watch, Take control of rising cholesterol at menopause, https://www.health.harvard.edu/womens-health/take-control-of-rising-cholesterol-at-menopause Publicado em maio de 2020, Acesso em Junho/2021
  8. Makara-Studzińśka MT, Kryś-Noszczyk KM, Jakiel G. Epidemiology of the symptoms of menopause – an intercontinental review. Prz Menopauzalny. 2014;13(3):203-11.

Material destinado ao público em geral.

Junho/2021

BRZ2189918